Em 1954, o Corinthians ganhou seu 15° campeonato paulista e recebeu a Taça do IV Centenário de São Paulo. Esse seria seu último título. Durante o período do jejum, ganhou alguns torneios de pequena expressão, muitos deles internacionais. Podemos citar o Torneio Internacional Charles Miller (1955) e a Copa Cidade de São Paulo (1975). Embora não ter conseguido ganhar campeonatos de expressão maior, o Corinthians teve boas campanhas em vários anos. Era um grande elenco. Jogadores que fizeram história no time, como o craque Rivellino, Zé Maria e o herói Basílio.
Reza a lenda que o Corinthians ficou em jejum por uma suposta maldição lançada por Pelé: após ganhar o campeonato paulista do Quarto Centenário de São Paulo, em 1954, Pelé foi apresentado e recusado pelo time. Ele jurou que enquanto jogasse futebol, o Corinthians não seria campeão paulista. Em 1977, quando Pelé abandonou definitivamente os gramados, o campeonato paulista foi conquistado pelo Corinthians, que ficou também sem ganhar do Santos nos campeonatos paulistas.
O elenco de 1961 teve um grande destaque. O time estreou na pré-temporada com a incrível vitória de 7 a 2 sobre o Flamengo. Porém, a campanha do time foi decepcionante no primeiro turno, terminando nas últimas colocações. Como no segundo turno o técnico foi trocado e veio reforços de jogadores, o time reagiu e conquistou o 6° lugar da tabela. Não foi o que todos queriam, mas em comparação ao primeiro turno, foi considerado um excelente resultado. E como sempre, os rivais que sempre se preocuparam mais com o Corinthians do que com o próprio time, começaram a chamá-lo de "Faz-me-rir". Em resposta, a torcida corinthiana tinha um canto que dizia que nos momentos difíceis estaria presente e responderia pelo time, e demonstraria a todos os rivais que o Corinthians tem um nome do qual não se ri. E no mesmo ano, a equipe chegou na final do Torneio Rio-São Paulo.
Nas semifinais do paulista de 1976, o Corinthians enfrentou o Fluminense. A partida aconteceu no dia 5 de dezembro, segunda partida dessa fase na competição. E como o Corinthians foi o mandante da primeira partida em São Paulo, esse jogo foi realizado no Maracanã. O publico foi, aproximadamente, 147 mil pessoas. 70 mil corinthianos que saíram de São Paulo direto para a capital fluminense. E é aí que surge o fato conhecido como a Invasão Corinthiana. A partida terminou com a classificação do Corinthians. Na final, enfrentamos e fomos derrotados pelo Sport Club Internacional.
Finalmente chegou o ano de 1977. Ano em que o Corinthians saíria do jejum. No dia 13 de outubro, no Morumbi, o Corinthians que era comandado pelo técnico Osvaldo Brandão, venceu a Ponte Preta por 1 a 0 no terceiro jogo da final. Aos 36 minutos do segundo tempo, Zé Maria cobrava a falta pela direita, Basílio toca na bola de cabeça, Vaguinho enche o pé e acerta a bola na trave. Wladimir cabeceia, um jogador da ponte tira quase em cima da linha e finalmente, a bola cai no pé de Basílio, que manda para o gol. Acabou. Corinthians 1 x 0 Ponte Preta. Após o jogo, torcedores invadiram o campo e o atravessaram de joelho, pagando promessas, cortando a grama e a rede para guardar de recordação. Título inesquecível que não marcou só a história do Corinthians, mas também a do herói Basílio, que diz que até hoje agradece a Deus por ter jogado no Corinthians. O filme "23 Anos em 7 Segundos - O Fim do Jejum Corinthiano" retrata bem a história com depoimentos de jogadores.
22 anos, 8 meses e 7 dias. Esse é o tempo exato do jejum. E posso dizer que, qualquer outro time considerado grande, ficaria apagado, seria esquecido, seria um time até menor. Mas o Corinthians não era e não é qualquer um. Tanto que, após o ocorrido, sua torcida não parou de crescer e sua história continuou a ser escrita.
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