Julio Cesar quebrou o silêncio após as falhas na derrota por 3 a 2 para a Ponte Preta, no último domingo, que culminaram na eliminação do Corinthians no Campeonato Paulista.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o camisa 1 do Timão admitiu os erros, justificando ter "entrado na pilha". Apesar de ressaltar que respeita a decisão de Tite, que não confirmou sua permanência, ele disse estar preparado para seguir como titular.
- Nunca fico confortável com os erros, isso acontece, mas a gente trabalha para que isso não aconteça. O ano estava bom, dois erros num jogo só, não é normal, ainda mais no Corinthians. É bola para frente, trabalho a cada dia para ficar pronto. Fico feliz com os torcedores que vieram, apoiaram, foi uma surpresa boa e isso só me fortalece - afirmou o camisa 1, comentando o fato de alguns torcedores, do lado de fora do CT, terem gritado seu nome durante o treinamento.
Julio revelou que tem recebido muito apoio nos últimos dias. De seus familiares, amigos, jogadores e até de funcionários do CT Joaquim Grava. Feliz pelo reconhecimento, ele espera dar a volta por cima.
- Eu conversei muito com o Mauri (Lima, preparador de goleiros), Edu (Gaspar, gerente), diretoria, e todos me passaram tranquilidade, confiança, força. Respeito qualquer decisão do Tite, ele é o treinador, cara que confio, respeito, ele sabe do meu trabalho e potencial. Se ele resolver que eu continuo no time, estou preparado e pronto. Alguns esqueceram que fui campeão brasilero ano passado, então quero esquecer domingo, continuar atuando de forma segura, honesta e ajudando o Corinthians - ressaltou.
Confira os principais trechos da entrevista coletiva de Julio Cesar
(O que passou na cabeça)
Foi difícil, não foi nada fácil, foram dois gols que, depois analisando, foram dois lances bestas, um chute forte que se vou para espalmar seria lance simples, e o segundo estava na onda do momento, coloquei a bola no chão e quis chutar de qualquer jeito, e de qualquer jeito não dá certo. Quis ganhar quatro segundos e fiz a coisa errada. Depois, no vestiário, estava nervoso, revoltado comigo mesmo, pelo que cometi, até pelo último gol. O primeiro às vezes acontece, mas o segundo eu fui fazer as coisas apressadas. Saí chateado do Pacaembu, acima de tudo eu vivo e jogo no time que amo, odeio quando faço algo que não contribua para o bem. Quando não contribuir para ajudar meus companheiros, vou ficar chateado.
(Reação após o primeiro gol)
Depois do primeiro gol, o Tite falou "Fica no jogo!". Fiz defesas importantes, estava em paz, com a cabeça boa, a gente fez o gol e ficou todo mundo pilhado. Entrei na pilha, quis fazer coisas de um jeito apressado. Infelizmente, fiz uma coisa ruim, aprendi e só posso ajudar fazendo meu trabalho. Tenho de colocar a bola em jogo, bater bem o tiro de meta e fazer o que tenho de fazer.
(Críticas)
Eu procurei ver o mínimo possível. Quando erra tem de se falar mal, quando acerta se fala bem. Tem pessoas que exageram. Tem de pegar as críticas, aprender, é o trabalho de cada um, eu respeito e quero que respeitem o meu trabalho.
(Possibilidade de virar reserva)
Ele (Tite) tem o direito, e infelizmente quem fez isso no jogo fui eu. Eu tenho de mostrar que minha cabeça está boa e que estou preparado para jogar. Não tem que vir aqui, fazer nada especial, se ele está com essa dúvida na cabeça, é pelo que fiz no jogo. Quero mostrar que estou preparado.
(Volta por cima)
Infelizmente, faz parte do ser humano, minha profissão, quem está no futebol não vive só de vitórias. O carinho que recebi dos familiares, amigos, toda a diretoria, foi importante para que eu possa dar a volta por cima. Não tem de ser rotina as falhas. É um momento delicado, difícil, só com trabalho e fé em Deus posso dar a volta por cima.
(Concorrentes)
Danilo (Fernandes) é amigo de longa data, sentamos no vestiário, ele me deu força, apoiou. O Cássio não estava no jogo, mas na terça já conversamos, disse bola para frente, que não acontece só comigo. A gente até citou erros de outros goleiros no fim de semana, são coisas que acontecem. Até brinquei, "Quem mandou ser goleiro" (risos). É a vida, não vai ser uma falha que vai me tirar o prazer de exercer essa profissão que tanto amo.
(Próximas falhas)
Quem já jogou pelo Corinthians sabe, independente se é mata-mata, final, amistoso, a pressão é muito grande para não errar. A paciência já vai acabando, fiz muita coisa boa e sei o que posso fazer mais. Poderia estar mais preocupado se não tivesse feito nada. O erro tem de ser o mínimo possivel, tem de zerar os erros se possível.
(Pressão da torcida no Pacaembu)
Normalmente, quando jogo, fico concentrado na partida, seja dentro ou fora de casa. Se puder jogar contra o Emelec, a torcida pode xingar à vontade que vou estar concentrado, com a cabeça 100% voltada para o jogo. Vou deixar tudo que pode me atrapalhar de lado.
(Merecimento do Tite)
Situação difícil, é difícil falar pelo treinador. Não acho que estou mal, errei em dois gols, mas venho fazendo um ano bom, muito regular, errei em dois gols, quando não podia, mas não acho que estou mal. Respeito a decisão que vai tomar. Deixa para ele resolver.
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